Categoria: Hora da brincadeira

VIVA MONTEIRO LOBATO!

Por Beautyslime

Todos sabemos que a literatura muda tudo para melhor.
Ler amplia os horizontes, o entendimento e, por meio do conteúdo divertido, profundo e reflexivo, ajuda as pessoas a terem mais chances de se destacar nas profissões que escolherem.
Também não é segredo para ninguém que ler para os filhos contribui para despertar neles o interesse pela leitura, além, é claro, de todas as outras camadas lúdicas e afetivas que estão presentes nesse gesto.
É amplamente divulgado que o Brasil se orgulha de ter uma das literaturas infanto-juvenis mais diversas, criativas, inclusivas, reflexivas e que não subestima o conteúdo e nem a capacidade de entendimento e o senso crítico dos pequenos leitores.
O que pouco se fala atualmente é que o precursor da literatura brasileira moderna para os pequenos, como a conhecemos hoje, é o genial Monteiro Lobato, através de sua monumental obra O Sítio do Pica-pau Amarelo.
Lobato nasceu em 1882 e escreveu seus livros infantis na primeira metade do século XX. Suas histórias continuam agradando com se tivessem sido escritas hoje.
Ele fez questão de escrever “com o DNA brasileiro”, porém mantendo conteúdo de interesse universal. Em suas aventuras, sempre com linguagem ágil e irreverente, o autor apresenta muitos dos aspectos da cultura nacional que a tornam tão especial.
Ao levar para os livros o nosso folclore e personagens como Narizinho e Pedrinho, crianças tipicamente brasileiras, Lobato contribui para que, desde pequenos, possamos contextualizar a nossa existência como membros de uma cultura própria e que deve ser respeitada.
Sem contar que o autor teve a brilhante ideia de “inventar” uma das mais encantadoras personagens da literatura mundial, Emília, a boneca-gente, que para muitos é a voz e o ponto de vista do próprio Lobato nas aventuras.
Não há quem não se encante com o olhar livre e curioso de Emília para o mundo, mas também todos admiram o senso crítico e a impaciência dela quando percebe algo que considera errado, ou está diante de alguma injustiça.
É muito interessante a maneira como o autor deu origens às aventuras do Sítio do Pica-pau Amarelo.
Na verdade, ele já contava para seus filhos o embrião dessas histórias que depois vão aparecer nos livros, quando a família morava em uma fazenda no interior de São Paulo. Foi quando se mudou para a capital, para trabalhar como jornalista, que tudo começou.
Lobato estava enfrentando problemas financeiros e precisava encontrar alternativas para sustentar sua família.
Sim! Os gênios também têm problemas financeiros!
Perambulando pela metrópole, ele se indignou ao ver os parques e as praças decorados com estátuas de gnomos e duendes e nenhuma imagem, por exemplo, do Saci, e resolveu criar uma história sobre ele.
Tudo começou com uma reportagem de jornal em que Monteiro Lobato pedia aos leitores que enviassem cartas dizendo tudo o que sabiam sobre o Saci.
A redação recebeu muitas cartas. No ano seguinte, empolgado com o resultado, Lobato resolveu escrever o livro “O Sacy-Pererê, resultado de um inquérito”.
O livro fez muito sucesso! Mais do que o trabalho no jornal, foi a história do Saci que ajudou o escritor a sair dos problemas financeiros.
Pesquisando um pouco mais sobre a vida e a obra de Monteiro Lobato, descobre-se também que para além da ficção, a vida dele era um exemplo de alguém que estava sempre disposto a se superar e a fazer o melhor para tornar seus sonhos realidade.
Ele nunca teve medo de ousar, mesmo que cometesse alguns erros com essa ousadia.
Lobato foi um garoto muito criativo, brincalhão, irreverente e até um pouco indisciplinado na escola. Por incrível que possa parecer, nos primeiros anos escolares, ele não ia muito bem… em português! Mas depois, quando tomou gosto pela magia das palavras, tornou-se o grande autor que conhecemos hoje.
O escritor enfrentou algumas outras crises financeiras. Mas nenhuma delas o fez desistir. Pelo contrário, sempre encontrou uma forma de usar as crises para aprender a corrigir erros e se superar.
Ele teve também algumas grandes tristezas. Enquanto escrevia sua obra para crianças, conviveu com a doença e a perda de filhos para doenças como a tuberculose.
Voltando a falar sobre O Sítio do Pica-pau Amarelo, ainda hoje, não há uma obra tão completa e diversa que apresente os grandes temas da humanidade para os pequenos como os livros de Lobato.
As aventuras de Narizinho, Emília, Dona Benta, Tia Nastácia e Visconde de Sabugosa vão desde “O Reino das Águas Claras”, no fundo de um ribeirão, até “O País da Gramática”, passando por uma viagem espacial, pela mitologia grega e por grandes guerras.
Sob o ponto de vista comportamental, todos os personagens vivem conflitos existenciais, acompanham dilemas éticos, passam por provações, superam obstáculos, colaboram uns com os outros para buscar as melhores soluções e saem das aventuras ainda mais preparados para a vida do que quando entraram.
Todas as aventuras têm como ponto de partida e de retorno o Sítio do Pica-pau Amarelo.
A modernidade de Lobato aparece de várias formas em sua obra. Por exemplo, ele foi o primeiro autor a apresentar uma mulher à frente de seu tempo para as crianças: Dona Benta.
A avó de Narizinho e de Pedrinho é uma latifundiária bem-sucedida, independente, culta, e preserva uma bela amizade com Tia Nastácia, que detém um saber popular e que enriquece a cultura e a maneira de Dona Benta enfrentar os problemas.
A não ser pelo garoto Pedrinho, os outros personagens fixos que protagonizam as aventuras são a menina Narizinho e a boneca Emília. Um universo em que o feminino está muito bem representado, diga-se de passagem.
Até a principal vilã da saga é do sexo feminino, a feiticeira Cuca.
Monteiro Lobato escreveu também alguns livros interessantes para adultos e enfrentou alguns problemas com eles. Teve até um livro proibido e queimado por defender nele ideias que diziam que o petróleo brasileiro deveria ser mais valorizado pelo governo da época. Um homem de muita visão!
A obra do autor entrou em domínio público e, certamente, você encontrará nas livrarias várias edições muito bem cuidadas e interessantes desses livros.
Selecionamos alguns dos títulos de Monteiro Lobato para crianças para você se divertir com seus filhos.
Boas aventuras!
Reinações de Narizinho
A Chave do Tamanho
Caçadas de Pedrinho
História do Mundo para Crianças
Histórias de Tia Nastácia
Geografia de Dona Benta
O Poço do Visconde

UM CONTO DE NATAL: “O SEGREDO DO PAPAI NOEL!”

Por Beautyslime

O nosso blogue desta semana traz um presente especial para você e para sua família: um conto de Natal exclusivo para você ler com os seus filhos!
No conto, a partir da figura mágica do Papai Noel, você poderá refletir com os pequenos sobre a magia do Natal, a importância do amor e da amizade… E especialmente sobre o quanto é importante acreditar na força transformadora da magia.
Ler para as crianças e celebrar os símbolos do Natal são dois momentos em que o amor e a possibilidade de entendimento estão em primeiro plano.
É isso o que desejamos para todos: que o Natal desperte nos corações e mentes a possibilidade de espalhar amor e de promover o entendimento!
Feliz Natal!
“O segredo do Papai Noel!
Todo mundo sabe que o Papai Noel é aquele velhinho simpático, de barba branca, vestido de vermelho, com um saco enorme jogado nas costas… Que percorre o mundo na noite de Natal em um trenó, distribuindo os presentes que as crianças pedem por meio das cartinhas que enviam para a casa dele.
Muita gente também sabe que a casa do Papai Noel fica da Lapônia, uma cidade da Finlândia, o país no extremo Norte do mundo onde tem neve até na primavera.
Claro que as crianças sabem que a casa dele fica na Lapônia! Se não, como é que elas enviariam suas cartinhas, não é?
Mas pouca gente sabe o que faz o Papai Noel conseguir dar a volta no mundo inteiro em uma só noite e atender aos pedidos de todas as crianças que escrevem para ele.
Você sabe o que é?
Será que é porque tem um monte de gnomos e duendes superlegais e que ajudam o Papai Noel durante o ano, fabricando os brinquedos, fazendo os pacotes e respondendo as cartinhas?
Ou será por causa do Rudolph, da Dasher, da Dancer, da Prancer, da Vixen, do Comet, do Cupid, do Donner, do Blitzen e do Bernard… Você sabe quem são o Rudolph, a Daxer e a Dancer… Não sabe?
Se ainda não sabe, vai saber agora: as renas voadoras do Papai Noel!
Será que é porque as renas voadoras puxam o trenó do Papai Noel a uma velocidade muito rápida?
Aliás, sabe como elas conseguem ser tão rápidas? É por causa do super líquen mágico que os duendes e gnomos colhem na primavera para alimentar as renas no inverno.
Ah… Então, é por isso? O Papai Noel consegue dar a volta ao mundo em uma noite por causa do líquen mágico?
Em parte, sim, mas isso não é o mais importante.
Afinal, por que é então?
É simples: porque você acredita e confia nele! E faz a sua parte, ajudando a espalhar coisas boas e ideias legais pelo mundo.
Você fazendo a sua parte, o Papai Noel sempre fará a dele!
Feliz Natal!”

QUE TAL DAR PRESENTES DESPLUGADOS NO NATAL?

Por Beautyslime

Nesse momento, às vésperas do Natal, a maioria das crianças deve estar bombardeando seus pais ou o Papai Noel, a depender da idade delas, com o pedido do presente de Natal.
Não é preciso ter bola de cristal e nem realizar pesquisas comportamentais para saber que, na maioria dos casos, esses “objetos de desejo” se alimentam de uma energia elétrica que carrega baterias e faz com que a mágica do brincar se realize na palma das mãos dos pequenos, por meio de um novo aparelho divertido, desafiador… E eletrônico!
Na verdade, na lista da maioria dos adultos, o que impera também é o desejo pelo novo celular, ou laptop ou algum outro aparelho que vai deixar a vida mais ágil, conectada e eletrônica.
Que tal pensar de uma maneira mais orgânica e propor aos seus filhos, para o próximo Natal, um presente tão divertido e desafiador quanto um brinquedo eletrônico, mas que é movido pela energia de quem brinca e recarregado a partir da sua capacidade de se divertir com ele?
A depender da sua idade e do grau de apego aos presentes que ganhou, talvez você mesma tenha no fundo de um armário ou no canto de um quartinho as primeiras bonecas e suas roupinhas ou os itens da cozinha que ganhou e com a qual você tomou gosto para criar receitas maravilhosas.
Nos cantos da casa também podem estar os primeiros carrinhos e o posto de gasolina de seu marido; ou ainda os jogos de tabuleiro de ambos.
E onde estão seus primeiros aparelhos eletrônicos?
A não ser que você seja uma colecionadora, pode ter certeza que não terá tido o mesmo cuidado de guardar, por exemplo, os primeiros celulares ou tocadores de CD portáteis.
Sabe por quê? Porque esses aparelhos não são a “diversão em si”, eles apenas servem de objeto para você se conectar, ouvir música, jogar e se divertir. Assim que comprar o novo celular, provavelmente, você nem se lembrará mais dos detalhes do aparelho anterior.
Agora, a sua memória afetiva sempre se lembrará com carinho da magia que se dava a cada troca de roupa da boneca ou quando uma receita culinária dava certo. Esses brinquedos e brincadeiras criam links afetivos muito mais duradouros.
Mas voltemos a falar sobre as crianças!
Os “brinquedos artesanais”, e incluímos nessa ideia todos os brinquedos que não precisam de energia elétrica e que proporcionam a diversão por si só, sem precisar conectar alguém à nuvem ou redes de jogadores… Esses brinquedos, além de divertirem, são fundamentais para estimular o desenvolvimento cognitivo e a capacidade motora das crianças.
E mais: entre outras coisas, convidam a protagonizar ações, a buscar alternativas próprias para enfrentar desafios e fortalecem a autoconfiança e a autoestima.
Aprender a cuidar de um brinquedo é um grande aprendizado para as crianças. Sem contar que, na maioria dos casos, eles são feitos de material orgânico e não consomem de forma constante os recursos naturais do planeta, como a água que gera a energia elétrica.
Que tal chamar a atenção dos pequenos para experiências como encaixar peças de um quebra-cabeça? Harmonizar as cores ou forma de cubos? Sociabilizar com amigos e a família nos jogos de tabuleiro? Ou jogar pião, brincar de boneca ou de carrinho… Jogar dominó… Jogar bola… São centenas de opções!
Existem brinquedos artesanais para todas as idades, sexos, temperamentos e orçamentos!
Certamente, essa experiência não irá desconectar a atenção dos seus filhos de forma definitiva e nem é essa a ideia da nossa sugestão. Apenas chamar a atenção para o fato de que existem muitas outras formas legais de se divertir para além das telas.
Que tal tentar pensar nisso com a mente desplugada?
Feliz Natal!

QUAL É O MELHOR PRESENTE DE NATAL?

Por Beautyslime

Você já deve ter visto nas redes sociais um emocionante post no qual o garoto Elliott, agora já crescido e com sua família, recebe a visita do “E.T.” 37 anos depois da primeira vez em que eles se encontraram.
Se não viu, certamente não demorará para que veja. Trata-se de uma das publicações mais visualizadas do momento.
Para quem não sabe, no genial filme de Steven Spielberg de 1982, “E.T. O Extraterrestre”, a história apresenta, a partir da visita de um alienígena, a importância do amor, da amizade e do ato de compartilhar.
Nesse novo vídeo, e não vai aqui nenhum spoiler, é o próprio ator Henry Thomas, que interpretou o garoto Elliott no cinema, quem interage com o simpático E.T.
O vídeo segue cheio de magia e afetividade, nele os filhos do “Elliott adulto” revivem algumas das cenas antológicas do filme e há uma grande surpresa! Essa é melhor não revelar; aí sim, seria um spoiler.
Essa reconexão com a história – em que, por meio dos afetos, um garoto se conecta a um ser que se perde em um no estranho Planeta universo e não sabe como voltar para seu habitat planeta de origem, precisando “telefonar” para sua casa – nos chega em um momento muito oportuno.
Isso acontece às vésperas do Natal, quando praticamente todo o Planeta, a mesma Terra que o E.T. achou tão estranha, “para” na intenção de celebrar a paz, o entendimento e a fraternidade.
Observe que, na vida real, no Natal, a celebração da paz, do entendimento e da fraternidade dá certo!
As pessoas conseguem esquecer, nem que seja só durante o amigo-secreto e a ceia, suas diferenças, seus problemas… E conseguem, ainda que com algum esforço, abraçar seus desafetos e desejar “boas-festas”!
Mesmo estando aparentemente em primeiro plano, os presentes (baratos ou caros, isso não importa) e a ceia noturna (nem sempre uma boa pedida para quem quer cuidar da saúde, diga-se de passagem) criam essa conexão com algo para além do consumo pelo consumo, com o que se pode chamar de espírito de Natal, mostrando que é possível, sim, as pessoas superarem o desentendimento.
É só todo mundo estar disposto a ceder um pouco, tolerar, ouvir o outro e não querer impor apenas o seu ponto de vista.
Talvez você esteja se perguntando: afinal, o que essa introdução tem a ver com o título do post, “Qual é o melhor presente de Natal?”?
Não se trata de uma introdução e, sim, de uma reflexão sobre como aproveitar esse momento tão profundo e universal para tentar deixar a vida no Natal um encontro de afetos e possibilidades construtivas de interação, e não uma competição para ver quem é capaz de superar o outro, de consumir ou de ostentar mais.
Agora, vamos pensar um pouco sobre o presente!
Pode ser que tudo o que seu filho queira seja “o primeiro celular”. É muito importante que você reflita bem se já é o momento para deixá-lo ter acesso “sozinho” a essa tecnologia ou se é o caso de mantê-lo ainda durante um tempo brincando com o seu aparelho.
Não faltam excelentes posts de educadores e psicólogos especializados no universo infantil falando sobre esse assunto: a partir de quando e de que forma as crianças devem interagir com a tecnologia.
Se você achar que ainda não é o momento oportuno para dar um celular, tente não transformar essa reflexão em uma proibição ou uma bronca. Certamente você encontrará outros brinquedos que combinem com o comportamento de seu filho e que poderão agradá-lo.
Agora, se a sua criança for um pouco mais crescida e já estiver conectada, pode ser que o presente que ela esteja esperando seja, por exemplo, um celular com mais recursos.
Porém, pode ser que o melhor presente que você possa dar a ela, antes do presente material, seja uma conversa afetiva e refletir se é isso mesmo o que ela quer – se ela realmente acha que o tal aparelho a fará mais feliz e realizada ou se está apenas o querendo porque viu alguém querer.
E tem outro detalhe: dependendo do quanto essa despesa vá significar para você um aumento de gastos que não caiba no seu bolso, quem sabe seja o caso de mostrar para o seu filho que não é o momento para ter esse gasto, que existem outros presentes legais.
Caso não seja esse o caso e gastar um pouco mais com um celular não vá alterar seu orçamento, ainda assim, tente refletir com os pequenos se está na hora desse upgrade.
Se juntos concluírem que sim, que tal pegar o celular antigo e dar de presente para alguém que esteja precisando?
Aliás, não só em relação ao celular, mas talvez seja esse um bom momento para, junto com os pequenos, dar uma geral no armário de brinquedos e nas gavetas de roupas e fazer kits com o que não se usa mais para presentear pessoas para quem esses brinquedos e roupas farão uma enorme diferença.
Veja quantas possibilidades se abrem com a chegada no Natal, para além do consumo!
Respondendo à pergunta do título do post: o melhor presente de Natal será aquele que gera e espalha mais alegria e felicidade.
Feliz Natal!

A IMPORTÂNCIA DE SER CRIANÇA!

Por Beautyslime

O mundo está mais rápido? Está. As pessoas têm menos tempo para se dedicar a todas as atividades que gostariam? Sim. As formas de receber e divulgar conhecimento estão passando por uma transformação que nem se sabe ao certo ainda como será e quais efeitos trará? A resposta para essa pergunta também é sim.

Assim como também é verdadeira a informação que grande parte das profissões que existiam deixarão de existir em alguns anos; aliás isso já vem acontecendo. E muitas novas profissões serão criadas a partir da reconfiguração do admirável mundo novo, plugado e digitalizado que está ocupando todas as áreas do conhecimento e a forma das pessoas se relacionarem com o trabalho, o entretenimento e as relações humanas.

Dentro desse contexto, gostaríamos de chamar a atenção para uma questão: como fica ‘ser criança’ no meio de tanta velocidade, conexão e imaterialidade? Como preservar de uma forma orgânica e afetiva essa fase preciosa da vida?

Se formos estudar a história da infância, veremos que ela existe como espaço fundamental para a desenvolvimento saudável da vida dos seres humanos a menos de setecentos anos.

Até o século XV, a criança era vista como um pequeno adulto; que se vestia igual e deveria também se comportar da mesma forma que seus pais, tendo inclusive que ajudar nas tarefas cotidianas.

As mulheres se casavam muito cedo e geralmente com homens bem mais velhos. A expectativa de vida era bem menor. Uma pessoa que chegasse aos cinquenta anos, já era considerada idosa.

Havia pouco espaço para brincadeiras e interações lúdicas com outras crianças. Brincar não era um tema. O mundo era muito mais rígido e perigoso. Nem sempre a felicidade era um alvo.

Com o passar dos séculos, esse ‘lugar de existir’ antes da vida adulta, foi se configurando, sendo estudado e entendido em suas variáveis psicológicas, pedagógicas, motoras e afetivas.

Essa evolução acabou mostrando o quanto é importante deixar que as crianças usem todo o tempo possível para experimentar de forma lúdica o potencial de sua existência; de como é importante ser curioso, investigativo e como é importante brincar!

Infelizmente, nas última décadas, temos observado uma certa inversão nessa ideia. Parece que o ‘ser criança’, da forma como essa atividade se moldou, está se perdendo novamente.

Para além da brincadeiras tecnológicas estarem ocupando grande parte do imaginário, está havendo uma pressa em crescer. Afinal, tudo é tão rápido!

Quanto mais espaço houver para ser criança, maiores serão as chances da pessoa se tornar um adulto saudável e feliz.

È claro que um pouco de limites, ordem e rigor fazem também parte desse jogo, mas dar aos seus filhos o direito de serem crianças, é um dos melhores patrimônios que você poderá deixar para eles.

Não tenha pressa de ver seu filho se transformar em um adulto. O direito de ser criança é o melhor passaporte para a felicidade!