Educando pequenas e pequenos cidadãos felizes!
Por Beautyslime on 21 de fevereiro de 2020 em COMPORTAMENTO
Muitas são as camadas que envolvem a maravilhosa aventura de educar as crianças. Há também muita responsabilidade nesse ato.
Não existe fórmula nem manual. Cada criança é um ser absolutamente individual que reflete sobre a vida a partir de um ponto de vista particular, e ao mesmo tempo está chegando ao mundo aberto a recebê-lo.
Esse mundo à volta dos pequenos é cada vez mais tão maravilhoso quanto controverso e está mudando a uma velocidade que desafia até a progressão geométrica!
Como educar, contextualizar os valores familiares, preparar para as grandes questões com as quais as crianças irão se deparar ou já estão se deparando, e como construir uma educação que ao mesmo tempo prepare as crianças para a felicidade, mas que também imponha limites, que proteja, mas não sufoque, que ajude a enfrentar os medos, as perdas e as frustrações com algum entendimento que permita superar essas camadas?
Um “olhar cidadão”, ético, plural e sustentável para o mundo pode ser um bom caminho para começar.
Uma criança que seja educada levando-se em conta alguns dos aspectos estruturais da cidadania contemporânea, certamente, poderá se movimentar no mundo e encontrar seus caminhos com alguma tranquilidade.
Crianças e adolescentes que protagonizam o combate à desigualdade e que propagam os direitos humanos têm chamado cada vez mais a atenção do mundo. Exemplos disso são a paquistanesa Malala Yousafzai, que defende especialmente os direitos das mulheres e a educação, e a sueca Greta Ernman Thunberg, que leva aos quatro cantos do planeta as bandeiras ambientais mais urgentes.
Malala foi a pessoa mais jovem a receber o prêmio Nobel da Paz, e o protagonismo e os apelos de Greta Thunberg, no Fórum Mundial de Economia, em Davos, na Suíça, ajudaram a garota a chamar atenção para as causas ambientais que estiveram estampadas junto com ela nas capas de algumas das principais revistas do mundo.
Esses são apenas alguns dos exemplos. E, é claro, quando se pensa na educação dos filhos levando em conta aspectos da cidadania contemporânea, não estamos sugerindo que todas as crianças devam ser preparadas para serem líderes mundiais na difusão dos direitos humanos.
Mas, se com as nossas escolhas ao educá-las considerarmos alguns desses valores, certamente estaremos colaborando para um mundo mais ético, plural, sustentável e composto de pessoas mais felizes.
Um dos primeiros pontos a se levar em consideração é mostrar para as crianças que ao mesmo tempo em que elas poderão usufruir de uma série de DIREITOS, elas também terão DEVERES.
Esse conceito de DIREITOS e DEVERES é um dos fundamentais e mais importantes quando se pensa de forma cidadã. Pode-se começar falando sobre isso com os pequenos, explicando que o direito de alguém termina quando começa o direito do outro, seja lá qual for o tema sobre o qual se está refletindo.
Aqui vão reflexões sobre alguns outros aspectos que podemos explorar com as crianças, quando se pensa em uma educação cidadã:
NÃO EXCLUIR: respeitar o outro e as diferenças dele em relação a nós é sempre um grande desafio. Ainda mais se o outro pensar, agir ou tiver opiniões muito diferentes das nossas. Respeitar e conviver com as diferenças, às vezes, dá trabalho, mas é também um grande aprendizado e pode gerar ótimas conexões.
NÃO FAZER BULLYING: um dos temas mais frequentes nas escolas é a manifestação da violência por meio do ato de descriminar, assustar, ridicularizar e praticar crueldades contra quem se entende como mais frágil, sensível ou introspectivo. Uma das formas de evitar que as crianças pratiquem o bullying é tentar fazê-las entender que essa prática mostra o quanto elas estarão sendo grosseiras e revela que elas mesmas podem estar se sentindo tão inferiores em relação ao outro que precisam “vilanizá-lo”.
BRINCADEIRA É BRINCADEIRA: de tempos em tempos, entram na moda “brincadeiras” que machucam ou expõem os que ainda não a conhecem. Quando se convive com esse tipo de prática, é muito importante explicar que as brincadeiras não devem prejudicar e nem machucar ao outro ou a si mesmo, que brincar deve ser uma atividade em que todos se divertem de maneira consensual.
RESPEITO É ÓTIMO E TODO MUNDO GOSTA: respeitar os mais velhos, os mais novos, os da mesma idade, os de classe social diferente, os que têm religião, cor, orientação sexual, formação familiar distintas da nossa… enfim, aqui vale mais uma vez a máxima “não existe jeito certo de ser, apenas jeito próprio”. Se ainda assim, a criança não concordar com essa diferença, ela deve respeitá-la e não manifestar esse desagrado. Ela tem o direito de não concordar e a outra pessoa tem o direito de ser como é ou pode ser.
CONSUMO RESPONSÁVEL E SUSTENTÁVEL: para além do respeito às florestas, à água, aos outros recursos naturais, à reciclagem do lixo… que são superimportantes, um dos temas mais relevantes do contemporâneo é o “consumo sustentável”. Um conceito bastante simples pode ajudar a divulgar essa questão: só consumir o que, de fato, se precise, observando a procedência e a forma como aquele produto foi criado. Apurar se não houve exploração de mão de obra infantil ou se o produto é “cruelty free” (se não foram usados animais em sua manufatura) são dois pontos muito importantes para serem observados.
CONEXÃO ELETRÔNICA RESPONSÁVEL: não ficar refém dos jogos eletrônicos e conexões com as redes sociais, usar esses recursos para se divertir, aprender, se comunicar e se proteger. Sob o ponto de vista de proteção, é muito importante explicar para as crianças que elas tenham muito cuidado com dados, fotos, textos, áudios e outras formas de interação que praticam em seus celulares. É importante refletir com elas que tudo o que é publicado passa a fazer parte de um grande banco de dados, que a maioria desses dados ficará exposta de forma que não conseguimos controlar plenamente e pode ser usada por pessoas mal-intencionadas.
Esses são alguns dos principais temas que fazem parte do mundo contemporâneo e que as crianças vão encontrar.
Tomara que todos consigamos construir com as futuras gerações um mundo mais ético, plural, sustentável, harmonioso e feliz!