Como lidar com a timidez excessiva dos pequenos?
Por Beautyslime
Uma criança quieta pode ser considerada tímida? Quando a introspecção é realmente um problema?
A timidez é um tema bastante relevante do mundo contemporâneo. Ela ocupa cada vez mais espaço nas rodas de conversa entre pais e educadores e também nas redes sociais que refletem com seriedade sobre educação e comportamento infantil; no sentido de pensar na qualidade de vida, alegria e no bem-estar dar futuras gerações.
Não poderia ser diferente. Afinal, vivemos em um mundo complexo, veloz, cada vez mais conectado; cercado de aplicativos, games, gadgets e ligações eletrônicas que estimulam a individualidade e colaboram sobremaneira para a introspecção.
Porém, ao mesmo tempo, esse mundo exige das pessoas um comportamento expansivo, desbravador, competitivo e que elas marquem sua presença com ‘likes’, ‘hates’ e outras formas de mostrar que fazem parte de uma determinada tribo, classe social ou ideologia.
Vale a pena observar que a introspecção sem si, ou mesmo a introversão, não são necessariamente problemas.
Podem ser apenas características da personalidade e que, além de não prejudicar o desenvolvimento e a felicidade das crianças, ajudam a protegê-las de alguns perigos que poderiam vir a partir do excesso de exposição ou extroversão exagerada.
O que vai transformar esse comportamento mais discreto em um problema é o grau em que ele se manifesta e se isso está atrapalhando a interação e o desenvolvimento dos pequenos.
Como detectar quando a timidez pode ser um problema?
A primeira coisa a fazer é tentar entender se o que está sendo avaliado como ‘um problema’ não se trata de traços da personalidade de uma criança mais calma ou mais quieta.
Sim, existem crianças quietas e calmas!
Uma criança excessivamente tímida dará respostas telegráficas para não se expor, procurará falar baixo demais para não ser ouvida; raramente encarará um olhar de frente, terá dificuldade de se expressar em público, não conseguirá interagir nem com os pares da mesma idade com desenvoltura.
Claro que esses e outros aspectos comportamentais aparecem em menor ou maior grau, de acordo com cada individuo. Ou seja, não há regras rígidas que confirme se tratar de uma criança tímida.
O que se percebe é que se comportar como ela está se comportando, não está fazendo bem para a criança, que ela está deixando de fazer coisas que poderiam ser “muito legais”; como brincar mais com os amiguinhos, participar de atividades culturais da escola, enfim, aproveitar mais as boas experiências da vida.
Existem várias formas de ajudar os pequenos a tentar ultrapassar essas barreiras, se for o caso.
A primeira que destacaremos é buscar não supervalorizar a questão mostrando-a como algo sério demais. Isso, certamente, contribuirá para que a criança fique traumatizada com o que para ela já está sendo um problema.
Comparar o comportamento excessivamente introvertido com outra criança ou adulto que seja extrovertido, em nada ajudará a criança a enfrentar a timidez.
Forçar a criança a agir de uma forma que ela não está em condições ou não tem vontade, ironizar ou ocupar o lugar de fala dela quando essa timidez excessiva se manifestar publicamente, mesmo fazendo isso na tentativa de ajudar, também não levará a nenhum sucesso.
Uma conversa franca e afetiva, onde você mostre que está percebendo que e criança atravessa uma dificuldade, mas que está disposta a ajudá-la a fazer essa travessia pode ser um bom começo.
Saber que pode contar com você, que ela não será cobrada para além do que dá conta no momento e que a vida dela poderá ser muito melhor se essa questão for enfrentada, pode ter um efeito bastante positivo nessa situação.
Se depois dessas tentativas, os resultados não forem os esperados, o melhor a fazer é procurar a ajuda de profissionais especializados em comportamento infantil.
Você é a melhor pessoa para avaliar o momento certo de recorrer a esse tipo de suporte!
Boa sorte!