Crianças e tecnologia: até que ponto o uso das telinhas é saudável?
Por Beautyslime
Se esse debate já era recorrente nas gerações anteriores, agora que estamos na chamada Geração Alpha, correspondente às crianças nascidas depois de 2010 e totalmente nativas do mundo digital, a questão da tecnologia acabou se tornando um verdadeiro beco sem saída. Tablets, computadores e televisores estão cada vez mais presentes em todos os ambientes e disponíveis para praticamente todas as idades.
Não tem mais como negar sua existência ou excluir totalmente seu uso da vida de alguém, algo que tampouco é recomendado. A principal questão que ronda a preocupação dos pais é como manejar esse uso de forma saudável e educativa. “Quanto menor a criança, menos recursos ela tem para lidar com a tecnologia. Já crianças de 8 a 9 anos são mais adaptadas para isso e têm mais recursos, organicamente falando”, comenta a psicóloga junguiana Katyanne Segalla. Portanto, é essencial que os pais e a própria instituição de ensino da criança estabeleçam algumas regras de uso, para tornar a experiência com a tecnologia algo mais saudável e educativo.
A especialista explica que quando se trata de crianças um pouco mais velhas a principal recomendação é controlar o tempo de exposição às telinhas. Para tal, a supervisão deve ser muito bem-feita, inclusive para que os pais tenham certeza da qualidade do conteúdo que as crianças têm acesso.
“O que a televisão e a internet fazem com a criança hoje em dia é apresentar estímulos para que o consumo seja constante. Os desenhos de hoje duram entre 10 e 20 minutos, é tudo muito rápido”, alerta a psicóloga. Se a criança é exposta a esse estímulo tão intenso por um longo período de tempo e com certa frequência, ela pode se tornar uma criança sem muita paciência para o mundo real e com dificuldade de focar, inclusive podendo desenvolver quadros de ansiedade.
“Com certo limite, a tecnologia pode ser saudável, já que ela proporciona acesso a conteúdos que nem sempre a criança tem com a família, mas é importante que isso seja mesclado com atividades reais, fora do mundo on-line”, conclui a psicóloga. A última dica de Katyanne para os pais é estabelecer horários para o uso dos videogames e dos tablets, por exemplo, mesclando com outros tipos de atividade, como atividades físicas, jogos de tabuleiro, contato com outras crianças e brincadeiras que estimulem a criatividade.